Arquitetos
VOO® Arquitetura e Engenharia
Área
276 m²
Ano
2020
Fotografias
Alcindo Dedavid
País
Brasil
Um projeto de uma indústria têxtil, em Nova Veneza-SC, que foi pensado com principal objetivo de gerar uma igualdade ao estabelecer vistas externas e internas do local à todas as pessoas.

Partindo de conceitos de design modular, o projeto do novo parque fabril da Vanelise proporciona flexibilidade de uso e fácil adaptação do espaço ao longo do tempo, prolongando a vida útil do edifício. A proposta foi desenvolvida com base na sustentabilidade e concentra-se na redução dos impactos ambientais e em proporcionar qualidade de vida e bem-estar aos colaboradores.
A Vanelise é uma indústria têxtil familiar especializada na produção de jeans femininos e fornece a cada mês 600 mil peças a grandes redes varejistas do país. Seu novo parque fabril está situado em Nova Veneza, cidade de colonização italiana no sul catarinense, e ocupa uma gleba de dimensões generosas a dois quilômetros do centro urbano, o que o coloca em meio a um cenário rural.


Dividida em dois pavimentos, a edificação abriga as instalações fabris e também os setores de engenharia, comercial, recursos humanos, estilismo e atendimento ao cliente, além de um auditório para convenções. Seu formato em L e a organização ao redor de uma praça central têm por objetivo oferecer visuais do entorno, em especial da Serra do Mar, ao norte e a oeste. Para tornar o conjunto mais convidativo aos colaboradores, os espaços de descanso estão conectados à grande praça e o restaurante com fechamento em vidro se abre para o horizonte.




O edifício tem estrutura pré-fabricada de concreto na modulação 6 x 6 metros. As lajes alveolares protendidas são tão esbeltas que nem parecem pré-fabricadas e vencem vãos de até 12 metros. Os brises de esqueleto metálico têm revestimento em madeira laminada colada e as paredes divisórias são feitas de gesso acartonado ou MDF. A especificação priorizou madeiras certificadas, materiais que possuem conteúdo reciclado, ou que ao final de sua vida útil possam ser reciclados, e ainda produtos regionais a fim de reduzir as emissões de carbono associadas ao transporte – a redução total das emissões é estimada em 60%. Pavers substituem o asfalto para evitar a formação de ilhas de calor ao redor do edifício.


A fábrica da Vanelise recebeu a certificação LEED Platinum e foi concebida como Zero Water e Zero Energy, selos que deve receber ao comprovar a autossuficiência em água e energia ao longo de seu primeiro ano de operação. O valor da obra ficou em 3,5 mil reais por metro quadrado, já incluindo os interiores, custo bem abaixo ao praticado na região.
A gestão das águas foi outra grande prioridade do projeto. O sítio conta com poço artesiano, sistemas de captação da água da chuva e de reuso e estação de tratamento. A água obtida nesses processos responde por quase 90% da demanda da fábrica e é direcionada para piscinas de contemplação e ao consumo de vasos sanitários, limpeza e irrigação das áreas verdes, que empregam espécies nativas e demandam menos regas. Para a economia de água potável foram especificados torneiras, chuveiros e vasos sanitários com certificação de baixo consumo. Toda água que cai no solo é retida por duas horas em bacias de contenção e sua liberação é gradativa.


As coberturas também atuam no controle do calor interno e combinam telhado verde, argila expandida e ainda telhas metálicas zipadas do tipo sanduíche com pintura reflexiva nas áreas fabris. Nos espaços de produção com ocupação permanente, onde o pé-direito é de seis metros livres, sheds proporcionam o conforto da luz natural e dispensam a iluminação artificial na maior parte do tempo — o sistema de iluminação adotado é de alta eficiência e emprega sensores de presença para reduzir o consumo energético. A economia anual de energia é de 59,6%.
A eficiência energética também é consequência da adoção de estratégias de ventilação cruzada e isolamento térmico para reduzir a necessidade de climatização sem comprometer o bem-estar dos colaboradores. Painéis fotovoltaicos geram energia para atender a 100% da demanda e com sobras. Para garantir qualidade dos ambientes internos o projeto ainda considerou sistemas eficientes para renovação do ar e para manter níveis confortáveis de temperatura e umidade.


A implantação envolveu a movimentação interna de solo somente para ajustar desníveis do terreno ou criar patamares mais baixos dedicados especialmente à circulação dos caminhões, o que os retira do campo de visão dos ocupantes do edifício. Para proteger os espaços de ocupação permanente contra a incidência solar direta, os arquitetos definiram um gabarito mais elevado para o bloco com depósitos de matérias-primas e produtos acabados, posicionado ao norte, o que ainda permitiu uma área de estoque com pé-direito de 16 metros e estantes com 14 metros de altura.
A proteção é reforçada por brises que regulam a entrada de luz do sol e dão movimento à fachada sem obstruir a vista. Pela manhã, o acesso proporciona uma moldura para o nascer do sol, enquanto a saída ao final do dia captura o pôr do sol, criando um ciclo harmonioso com a natureza.

Confira mais fotos do projeto:
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
---|---|---|---|---|---|
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |
![]() | ![]() | ![]() | ![]() | ![]() |